Mãos de hoje que foram de sempre
Na noite que ja não é noite de madrugadas perpassa em doce
silêncio por entre os dedos dormentes uma brisa dolente
esquecendo as mãos na paz adormecida
Por entre os frágeis dedos da quietude e do silêncio vagueia
agora em suave melancolia o magro regato da secura da vida
arrastando em seu leito rugoso a triste canção de um tempo
sem cor nem movimento
O lento gesto do abrir destas mãos de tantos anos vividas cai
agora em pesado silêncio por entre as malhas da sombra no
impiedoso vazio das mãos cheias de nada
Foi-se embora a madrugada das manhãs perdidas no tempo
em que o sol sorria entre os sonhos e as mãos cantavam a
força da vida com ondas do mar por entre os dedos frementes
No penoso abrir e fechar de mãos deste plangente gesto
do fim do dia feito canção de tão gelado silêncio apenas a
saudade se aninha em negro fundo para morrer sozinha
silêncio por entre os dedos dormentes uma brisa dolente
esquecendo as mãos na paz adormecida
Por entre os frágeis dedos da quietude e do silêncio vagueia
agora em suave melancolia o magro regato da secura da vida
arrastando em seu leito rugoso a triste canção de um tempo
sem cor nem movimento
O lento gesto do abrir destas mãos de tantos anos vividas cai
agora em pesado silêncio por entre as malhas da sombra no
impiedoso vazio das mãos cheias de nada
Foi-se embora a madrugada das manhãs perdidas no tempo
em que o sol sorria entre os sonhos e as mãos cantavam a
força da vida com ondas do mar por entre os dedos frementes
No penoso abrir e fechar de mãos deste plangente gesto
do fim do dia feito canção de tão gelado silêncio apenas a
saudade se aninha em negro fundo para morrer sozinha
En Vai o rio no estuário (2012)
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